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28 de dez. de 2012

Meu último encontro com Dom Hélder Câmara

 

João Baptista Herkenhoff
 
Dom Hélder Câmara
         Fui a Brasília receber a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara mas não é sobre o recebimento da homenagem que desejo falar.
Tivesse sido agraciado com uma comenda conferida pelo Senado, este fato por si só me alegraria pois o Senado é uma casa republicana.
A essa primeira alegria teria de acrescer o regozijo de receber o prêmio ao lado de Dom José Maria Pires, Dom Paulo Evaristo Arns, procurador da República Felício Pontes Júnior e líder camponês Manuel da Conceição Santos.
Estas duas alegrias, não obstante intensas, são alegrias humanas. Há uma terceira alegria que não é humana, pois transcende a tudo que é humano. Esta alegria, que se localiza nos páramos divinos, é a alegria de ter recebido uma comenda santificada pelo nome de Dom Hélder Câmara. É sobre Dom Hélder que desejo discorrer.
Da mesma forma que fizeram os outros homenageados, usei da palavra para agradecer.
Na oportunidade do agradecimento, achei que seria apropriado narrar como foi meu ultimo encontro com Dom Hélder Câmara.

Aconteceu no Recife, em 1997, dois anos antes da partida do Profeta. O cenário desse encontro derradeiro foi a modesta casa onde Dom Hélder morava. Como se sabe, ele vendeu o suntuoso palácio, que era a residência dos bispos. Aplicou o dinheiro para construir casas para os pobres, e foi parar na periferia, a fim de viver na companhia dos humildes, do jeito que os humildes vivem.
A primeira coisa que observei, ao chegar, foi a completa desproteção da casa. Disse-lhe: Dom Hélder, as coisas que o senhor fala não agradam os poderosos. Fácil, fácil, o senhor pode ser assassinado aqui. Ele respondeu com um gesto e uma frase. Curvou a cabeça e disse: está vendo estes fios de cabelo que restam? Não cai um único sem que Deus permita.

Conto-lhe que durante o período em que seu nome não podia ser mencionado no rádio, na televisão, no jornal, eu havia “furado” o bloqueio, no jornal “A Ordem”, de São José do Calçado, interior do Espírito Santo. Eu era então Juiz da Comarca. Na edição de 4 de agosto de 1969, publiquei um artigo com um título bem cândido: “Reflexões após um período de férias”. No miolo do texto havia cinco parágrafos em sua defesa.

Quem conhece a sociologia das cidades do interior sabe que, na arquitetura do poder local, jamais o redator-chefe de um jornal censuraria um artigo do Juiz de Direito da Comarca, ainda que tendo na mesa do jornal, como era o caso, ordens expressas de escalões federais proibindo referências a Dom Hélder.
Ele achou muito engraçado o episódio e finalizou: "você deu uma rasteira na censura".
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João Baptista Herkenhoff é magistrado aposentado, Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, palestrante Brasil afora e escritor.
Este artigo pode ser divulgado por qualquer meio ou veículo de comunicação e também através da transmissão de pessoa para pessoa.

17 de dez. de 2012

Exame do ENEM no presídio de Leopoldina

Aconteceu pela primeira vez no Presídio de Leopoldina  as provas do ENEM (Exame Nacional de Ensino Médio).  Vários recuperandos tiveram a oportunidade de realizar esta política pública de inclusão na área da educação.
Parabéns aos recuperandos e também à direção do presídio que não mediu esforços para que este direito fosse de fato garantido.
 
 
 

14 de dez. de 2012

Comemoração dos alunos do EJA* no presídio de Leopoldina

 

Foram momentos de muita alegria e descontração junto com os convidados ilustres como: Diretoria e professores do Conservatório Estadual Lia Salgado, a diretora da Escola Estadual Luiz Salgado Lima, Sra. Joana D’Arc Arruda Gonçalves,  juntamente com a Direção do presídio de Leopoldina,  Sr. Daniel Luiz da Silva Nocceli, Valdiney,  Guilherme  e toda a equipe técnica.
Foi realizada a cantata de Natal dirigida e organizada pela professora voluntária Cibele Arsênio, que ensaiou com os recuperandos lindas músicas e no final recitou a poesia “As três arvores”. Foram distribuídas caixas de bombons a todos os participantes do 6º Concurso de Mensagens de Natal, promovido pelo Jornal Recomeço e prêmios para os três primeiros colocados.
Em seguida, houve muitos agradecimentos e falas dos presentes. Altair  declarou à professora de Matemática, Liliane Barra, que detestava matemática e que ela o ensinou  a gostar  dessa matéria e que a escola tem sido uma grande aliada na sua transformação.
As professoras Cláudia Melo, Denise, Elizabeth, Marieta, Liliane Barra, Carol, Riane e professor Júlio, juntos com a Secretária Salete e a Supervisora Regina, são as responsáveis pelo sucesso do evento.
Parabéns a todos.
*Escola de jovens e adultos
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

11 de dez. de 2012

Que estranho, não?

Magistrados recebem prêmios de empresas

Numa festa com mais de 1.000 participantes em São Paulo, distribuição de viagens nacionais e internacionais e sorteio de um automóvel. Juízes dizem que o interesse das empresas é apenas mercadológico, não comprometendo a independência da magistratura.

Fonte: Espaço Vital