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1 de set. de 2013

PARA IRMÃ BETH


Elizabeth de Almeida Silva,
entre a utopia e a realidade
 
Hon-Fu, um Filósofo chinês nascido no século V AC,  dizia sempre aos seus alunos que as pessoas se tornam especiais nos lugares e dos corações onde menos imaginam. Uma vez que não somos amados por aqueles que desejamos, mas pelos que nos valorizam.
Este pensamento budista milenar que sobreviveu a evolução da própria filosofia oriental sintetiza em sua profundidade, a história de uma amiga que há muito sinto a necessidade de homenageá-la.
 
Elisabeth de Almeida, mais conhecida popularmente como irmã Bethe é natural do município de Leopoldina, Minas Gerais, mas viveu um período de sua vida em São Paulo. Nesta cidade, casou-se teve dois filhos, trabalhou por um tempo como bancária e filiou–se ao partido dos Trabalhadores .
Muito sensível ao sofrimento alheio, Bethe desde a juventude participou de projetos sociais e muitas vezes teve que deixar os filhos aos cuidados de amigos e parentes para cumprir a sua jornada como voluntária .
As suas criticas s desigualdades sociais motivaram-na a cursar Direito e ser mais atuante no partido.
Mas as decepções que sofreu ao longo de sua jornada, seja como o seu marido e os seus companheiros de luta, os camaradas, levaram-na a buscar na fé, forças para recomeçar .
 
A sua persistência em amparar e acolher o outro contribuiu para que ela alcançasse o caminho mais bonito, que no Budismo denominamos como o estado holístico. É uma virtude que poucos, pouquíssimas pessoas desenvolvem, a compreensão e amor ao próximo de forma incondicional .
 
A educação prisional é o elemento holístico na vida desta guerreira, que durante anos reivindicou as comissões de Direitos Humanos, aos representantes dos três poderes, um projeto educacional na unidade de Cataguases.
 
Neste local, suportando as adversidades politicas e ambientais impostas por aqueles que não percebem que juridicamente, mesmo acautelado, o preso possui direitos, ela plantou as primeiras sementes de uma educação humanística.
Atualmente, o projeto encontra–se estruturado sendo administrado pela Secretaria de educação mineira, mas a escola ficou sem cor, pois irmã Bethe nos deixou e sua presença alegre e divertida irradiava na aura espiritual com vários feixes de cores.
 
Não há um cartaz na escola que mencione a sua jornada, mas no meu coração e dos alunos que sempre hão de amá-la, ela estará bem guardada no centro da nossa memoria permanente, pois suas lembranças fazem nos acreditar, que o Brasil será um dia a nação arco íris, como Mandela desejou transformar a África do Sul.
 
Atualmente, Elisabeth continua na educação prisional na cidade de Leopoldina e atuando como tutora presencial deste curso, Multimeios didáticos pelo IFET de Juiz de Fora entre outras atividades.
 
Luciana Nazar