Há pena de morte no Brasil? Mesmo que tivesse, dispensa julgamento?
Fico cada vez mais pasma com essa matança no Rio de Janeiro. Ainda mais depois da repercussão das mortes no conflito Gaza-Israel. Li nos jornais e recebi dezenas de e-mails de gente protestando, se indignando, sofrendo com as mortes por lá. Mas para as nossas mortes, NADA! Que fenômeno será esse?
Vi no noticiário hoje que a polícia matou mais três "traficantes" no Morro da Mangueira. Mas que polícia poderosa: reconhece e acerta "traficantes" escondidos naquelas ruelas do morro com uma precisão impressionante.
Alegam que os "suspeitos" reagem e atiram. Normalmente, em qualquer país do mundo, as pessoas caçadas levantam os braços e se entregam. Mas, aqui, sabem que serão executados. Então, reagem e, armados, atiram.
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, declarou que a operação estava dentro da normalidade e chamou a comunidade de ingrata por reagir protestando e queimando ônibus. “É mais uma das operações que temos feito normalmente. A polícia identificou a necessidade de ir àquele local, no sentido de subtrair dali armas e munição e, infelizmente, a comunidade, que é ligada ao tráfico, reage dessa forma”, disse.
Ou seja, eles matam aleatoriamente, sob o pretexto de que são traficantes, e ainda querem agradecimento da comunidade.
Enquanto isso, a sociedade, a imprensa, os intelectuais brasileiros se ocupam com os mortos de Gaza e Israel e, agora, com o destino do italiano Cesare Battisti.
Nossos mortos são pobres e negros. São "retrô". Não há nenhum charme em defendê-los.
Continuemos com os nossos olhos voltados para "tragédias internacionais". Continuemos com as mão sujas de sangue do nosso povo.
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