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14 de nov. de 2012

Ministro critica prisões brasileiras

Prisões no Brasil são medievais e seria melhor morrer do que ficar preso por anos, diz ministro

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), classificou nesta terça-feira (13) como “medievais” as condições das prisões brasileiras. "Se fosse para cumprir muitos anos na prisão, em alguns dos nossos presídios, eu preferiria morrer". Ele diz ainda que “os presídios brasileiros precisam ser melhorados. Entre passar anos num presídio brasileiro e perder a vida, eu talvez preferisse perder a vida. Os seres humanos quando não são tratados como humanos eles se sentem injustamente violentados", afirmou ao responder se apoiava a adoção da pena de morte e da prisão perpétua no Brasil, em entrevista coletiva após evento sobre segurança, organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo.

Cardozo diz ser contrário a ambas penas, explicando que é necessário melhorar o atual sistema prisional, ao invés de adotar essas medidas. "Não é uma postura de governante, é uma postura de cidadão que acha que a pena de morte não é solução para nada”.

(...)

Como causas da violência, o ministro apontou, além da corrupção, a impunidade e a exclusão social, onde incluiu o preconceito e a violência contra as mulheres. Embora a exclusão pela pobreza seja apontada pelo ministro como um dos fatores que impulsionam a criminalidade, Cardozo afirma que a melhoria da distribuição de renda não levou necessariamente a uma redução dos índices de violência em algumas cidades. (Com Estadão Conteúdo)
 

Um comentário:

  1. cremilda estella teixeira15/11/12

    O Ministro José Eduardo Cardozo declara que é melhor morrer do que estar preso. Ele não sabe que é pior que imagina. Preso não pode escolher morrer. Não tem essa escolha na cadeia. Segundo Marcelo Freixo um espaço permanente de horrores.
    Vou chamá-lo Jesus, com certeza mais de 18 anos, mas menos de 20 provavelmente. Mais uma vítima da drogadicção que leva ao crime contra o patrimônio e encarcera os nossos jovens em massa no Estado de São Paulo.Falta política de saúde pública e prevenção a drogas, falta escola, lazer, esporte e cultura mas sobram vagas em cadeias públicas. Vagas, um modo irônico que espremer 4 pessoas em espaço que caberia uma não é ter vaga.
    Como cadeia é um local onde se cumpre pena de morte social, a morte física é uma consequência.O preso em São Paulo preso pode morrer, mas não de suicídio, senão seria em massa e ia complicar a vida dos nossos governantes e acorda-los de seus berços esplêndidos.
    Voltando ao jovem Jesus, ele está sendo quase arrastado pelo braço por presos que se revezam. Obrigado a andar pelo pequeno espaço do páteo onde tomam sol, num vai e vem enlouquecedor. Jesus tem que andar sem parar, os presos se revezam para arrasta-lo Ele tem que se cansar para dormir quando for trancado na cela depois que as visitas forem embora. Segurança para os presos, que tem que mante-lo vivo. Se Jesus se suicidar, todos serão cruelmente castigados na cela. Daí a vigilância para que ele não se enforque ou não bata a cabeça na parede até morrer. Não é misericórdia ou compaixão, esses sentimentos os presos deixam fora do Centro de Detenção Provisória logo que chegam no primeiro dia. Ele se dá conta que está no Inferno, onde os sentimentos bons, são considerados fraqueza.
    Jesus tem sobrancelhas grossas, é branco e de lábios e nariz finos, muito pálido, magro e olha para o chão meio que anestesiado como um zumbi.
    Os negros beiçudos com nariz grande e características bem africanas, são raros ali. Esses segundo o Prof. Guilherme Botelho, não são presos, que não resistem a abordagem policial, por conta disso são minoria nas cadeias.
    O jovem da questão, que eu chamo de Jesus, come pouco, a comida alí é ruim e em pequena quantidade, mas ele não se incomoda, mergulhado na dor e depressão profunda, come o mínimo, obrigado. A mistura da boia, os outros presos comem, ele não tem nenhuma reação e nem poderia, diante dos companheiros embrutecidos pela situação onde o mais feroz sobrevive. Alí os sentimentos de humanidade e solidariedade se perdem pela contradição perversa da cadeia e sua inversão de valores.
    Que esse Jesus vai morrer logo, como morrem centenas todo dia nas cadeias, vai. Só que não será suicídio e sim com alguma doença comum ali, tuberculose, hepatite ou pneumonia, ou outra doença qualquer que justifique e não cause nenhum problema para a direção. Se fosse permitido ao preso se suicidar, com certeza seria em massa e já teria chamado atenção. Que estar preso em Centros de Detenção Provisória é mesmo pior que morrer.
    O Ministro José Eduardo Cardozo tem razão. Tem razão seu adversário político Marcelo Freixo que cobra uma atitude dele e do PT.
    Não sei, mas se é apenas porque o Ministro José Eduardo Cardozo só falou que estar preso é pior que a morte, diante da possibilidade de políticos como ele “puxar cana dura”, mesmo assim valeu.
    Chamou a atenção e todo mundo comenta hoje. Jogou um pequeno facho de luz nesse escuridão vergonhosa, nessa mancha que é o sistema prisional brasileiro e sobretudo Paulistano. Uma pequena luz na escuridão tenebrosa é melhor que nada. Uma fresta da porta aberta é melhor que a porta fechada e escondendo a perversidade de um sistema que faria o Inferno de Dante parecer o Paraíso na Terra.

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