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30 de jan. de 2010

Presa é mantida em banheiro de delegacia de MS há um semana

Notícia na Folha de São Paulo, hoje (30/01), caderno Cotidiano:
Mulher foi detida no dia 21 ao tentar furtar desodorante e garrafa de bebida de supermercado
RODRIGO VARGAS DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Uma mulher de 23 anos, flagrada ao tentar furtar um desodorante e uma garrafa de bebida de um supermercado, vem sendo mantida presa há mais de uma semana em delegacia de Chapadão do Sul (a 350 km de Campo Grande).Como a delegacia não tem cela exclusiva para mulheres, Loyane Souza Almeida, detida no dia 21, recebeu um colchonete e foi trancada à chave dentro de um banheiro da unidade.
Procurada pela Folha, a assessoria da Polícia Civil confirmou que a presa está "em um banheiro adaptado a uma situação de emergência" e que a situação "é do conhecimento das autoridades do município"."É uma estrutura mínima, na qual ela pode se sentar, deitar e fazer as suas necessidades. Está longe de ser a situação ideal, mas é o que pode ser feito até que surja uma vaga no sistema prisional", disse o delegado Jefferson Luppe, assessor de comunicação.
A situação foi denunciada pelo advogado criminalista Lourival Claro, que, em visita à delegacia, disse ter ficado "chocado" com a alternativa."É um banheiro de, no máximo, quatro metros quadrados, com uma janelinha no alto e mais nada. É como se ela estivesse numa solitária, sem ninguém para conversar", diz.Para Paulo Ângelo de Souza, da ONG Centro de Direitos Humanos Marçal de Souza, a medida adotada é "inaceitável" por "reduzir o ser humano à condição de animal".Segundo ele, a entidade vai entrar em contato com a polícia para cobrar uma "transferência imediata". "Lamentavelmente, o Estado é reincidente neste tipo de situação", afirmou Souza
A Polícia Civil não soube informar quantos presos permanecem na delegacia -todos os outros são homens.A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou à Folha que a atual gestão investiu R$ 6,3 milhões na construção, reforma e ampliação de unidades da Polícia Civil que custodiam presos.

29 de jan. de 2010

O rapper Garnett responde ao Boris Casoy

Do site Bodega Cultural



O comentário de Boris Casoy atingiu todas a classe trabalhadora deste país, não somente os garis. O vídeo do rapper Garnett é uma excelente resposta, não apenas ao pensamento do Boris, que representa o pensamento único das elites, mas a toda espécie de discriminação.

23 de jan. de 2010

BRASIL REGRIDE AO TEMPO DO FAROESTE



Clube de Cabos e Soldados da Polícia Militar oferece recompensa de R$ 5 mil para quem entregar ACUSADOS "vivos ou mortos"

Leia a notícia AQUI no site Último Segundo

Leiam a opinião do leitor Júlio César Pinheiro de Itajubá-MG, no jornal Estado de Minas, 23/01:

Recompensa: Cartaz de entidade causa mal-estar
“Tem toda a razão do mundo o Ministério Público do Rio de Janeiro ao anunciar que vai apurar a responsabilidade pelo cartaz do Clube de Cabos e Soldados da Polícia Militar que oferece recompensa de R$ 5 mil para quem entregar ‘vivos ou mortos’ os assassinos do sargento Wilson Alexandre de Carvalho, de 41 anos, executado a tiros por traficantes no Estácio, na Zona Norte, domingo passado.
De acordo com Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção RJ, que condenou o cartaz, o autor pode ser responsabilizado intelectualmente pelo crime, caso alguém mate os assassinos e exija a recompensa.
Pensávamos que isso era coisa do passado, do Velho Oeste norte-americano. Contudo, é de nossos dias, prova cabal da ausência do Estado na área de segurança pública. A oferta deveria ser de recompensa por informações e não pelo criminoso vivo ou morto, ao estilo faroeste.”

22 de jan. de 2010

Porque hoje é sábado

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
(Vinícius de Moraes)


5 de jan. de 2010

Herança maldita

Publicado no jornal Estado de Minas. Como só abre para assinante, segue a matéria:

De 1980 a 2000, 1 milhão de pessoas foram assassinadas no país
Walter Sebastião
Um milhão de pessoas assassinadas no Brasil entre 1980 e 2000. Quinhentas mil nos anos 1990, a década mais violenta do país. Chocantes, os números são apresentados bem no início do primeiro episódio de Lutas.doc, série de cinco filmes que vai ao ar a partir de hoje na TV Brasil, transmitida em Minas Gerais pela Net.
Tentando entender como se forma e se desenvolve esse caudaloso rio de sangue, os diretores Luiz Bolognesi e Daniel Augusto propõem um grande debate. Fizeram cerca de duas dezenas de entrevistas, ouvindo de presidentes e ex-presidentes da República (Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique) a historiadores, filósofos, escritores, psicanalistas e moradores de rua, entre outros cidadãos.
Utilizando recursos de animação, trechos de filmes, informação e análise, a dupla oferece outro retrato do Brasil. Bem realizada e envolvente, a série faz pensar. O ponto de partida leva o título “Guerra sem fim”: com demolidora argumentação, desmonta-se a imagem do Brasil como sociedade pacífica e do brasileiro como gentil por natureza. O segundo episódio, “Recursos humanos”, volta-se para a escravidão e revela as cicatrizes sociais com suas tensões, ambiguidades e a dificuldade de passar das palavras a atos de transformação.
O terceiro, “Fábrica de verdades”, mostra como a mídia, especialmente a televisão, nega a violência e a brutalidade das relações sociais. O quarto, “Heroína sem estátua”, investiga a discriminação silenciosa das mulheres. O epílogo, “O que vem por aí”, é uma conversa sobre o futuro polarizada entre quem acha que o Brasil está em guerra civil e quem acredita que o crescimento econômico e político pode mudar a situação.
HERANÇA
“Lutas.doc é uma reflexão sobre os brasileiros a partir de todo o sangue derramado no Brasil e da nossa violência, sempre escondidos sob o tapete”, afirma o diretor Daniel Augusto. “A violência contemporânea é herança histórica”, enfatiza. Consequência de raízes econômicas da sociedade e fruto da desigual distribuição de riquezas, ela vai se espraiando por todas as relações sociais. O diretor chama a atenção para o fato de que, agravando a situação e impedindo que ela seja enfrentada, a realidade é ocultada por mitos que amenizam e escondem a crueldade das relações humanas no Brasil.
“Um dos problemas da violência brasileira é o fato de ela ser muito implícita”, observa Daniel. Cordialidade, democracia racial e país abençoado são alguns desses mitos que impedem a sociedade de se mobilizar, acredita. “Com Lutas.doc, nosso objetivo é abrir discussão aprofundada, mas aberta a pessoas de todas as idades e de qualquer lugar do país”, explica.
O trabalho tem destinatário especial: “Gostaríamos que o pessoal que está no segundo grau e começando a universidade visse os filmes, pois eles experimentam momento crucial de inserção na sociedade. O jovem carrega forte poder de mudança”. Os realizadores torcem que os filmes cheguem às escolas como material didático.
A violência brasileira tem solução? “Tem, mas o tema é complexo e cobra atuação em várias frentes, não será resolvido em um ou dois governos. A solução passa por mais presença do Estado em alguns campos, como oferecer à população mais acesso à educação, à saúde e a melhores condições de vida, além de oportunidades reais de realização. É fundamental a melhor distribuição de renda ”, responde Daniel Augusto. A pacificação da sociedade brasileira, adverte o diretor, “depende de não ficar jogando a população brasileira na lata de lixo da história”.
Além da expectativa em relação à estreia da série na televisão (“ela se comunica com todo o Brasil”), Daniel vê com otimismo o avanço do diálogo entre emissoras e produtores independentes. “Esse caminho traz outros olhares, estéticas e propostas, o que permite oferecer maior variedade de conteúdos, sem doutrinação, para o espectador”, explica.
“A TV é o veículo de comunicação mais difundido no Brasil e um dos menos reflexivos. O cinema brasileiro pensa muito mais o Brasil do que a TV. Falta a ela oferecer debates mais interessantes”, conclui. A ideia do projeto partiu de Luiz Bolognesi, que convidou Daniel para a empreitada.
O paulista Bolognesi tem 43 anos, formou-se em jornalismo e cursou ciências sociais na Universidade de São Paulo (USP). É o roteirista dos longas-metragens de ficção Bicho de sete cabeças e Chega de saudade, dirigidos por Laís Bodanszky, de O mundo em duas voltas, filme sobre a trajetória dos navegadores da família Schurmann. Também foi corroteirista de Doutores da Alegria. Daniel Augusto tem 37 anos, é formado em cinema e mestre em literatura pela USP. Dirigiu o documentário Fordlândia (lançado ano passado, na segunda edição do Festival É Tudo Verdade) e a série Mapas urbanos, sobre cidades do Brasil sob o crivo de poetas e compositores, premiado na República Tcheca em 2003. Foi codiretor de O diário de Naná Vasconcelos.
LUTAS.DOC
Série de cinco filmes documentais sobre a violência brasileira. Em cartaz na TV Brasil (canal 3 da NET) de hoje a 2 de fevereiro. Terças-feiras, às 23h, com reprises às quintas-feiras, à meia-noite.

2 de jan. de 2010

Vergonha nacional: Bóris Casoy humilha e ofende garis

"O Bóris Casoy representou, nesse ato de fala, a ideologia de uma elite preconceituosa brasileira, que é uma sub-raça ainda existente por estas paragens. Essa elite preconceituosa brasileira considera qualquer pessoa ou segmento do conjunto “não-elite” uma "gentalha"."
Vou jogar Boris no lixo!
Leia no Assaz Atroz
Assistam ao vídeo