Compartilho com meus leitores a mensagem de Natal que recebi de uma amiga preciosa, a professora Maria Helena Zamora*, uma das poucas vozes a ecoar contra a barbárie neste país.
Mensagem:
NATAL DE ESPERANÇA, ANO NOVO DE ALEGRIA, APESAR DE TUDO!!!
Amig@:
Estive pensando e compartilho o todo deste escrito com você, no que esta mensagem tem a ver com você. Será minha mensagem de Natal e Ano Novo, pois não posso pensar em outra coisa para dizer que não seja a realidade. Quem quiser que confunda paz com silêncio e omissão. Ou então confunda Natal com propaganda de Natal e compras de coisas de que (não) necessitamos.
Estive pensando e compartilho o todo deste escrito com você, no que esta mensagem tem a ver com você. Será minha mensagem de Natal e Ano Novo, pois não posso pensar em outra coisa para dizer que não seja a realidade. Quem quiser que confunda paz com silêncio e omissão. Ou então confunda Natal com propaganda de Natal e compras de coisas de que (não) necessitamos.
Estendo meu olhar e pensamento a todos os fatos calamitosos desse ano, como a persistência das políticas de extermínio para explicar uma suposta gestão da segurança no Rio de Janeiro, que mal disfarça seu ódio e indiferença à pobreza. Pensei nos números frios - a polícia carioca, só em 2007, matou 1.330 pessoas e esse ano não foi muito diferente. Pensei que este conflito inútil e insensato vitima também os policiais, aqueles que poderiam defender a vida e a perdem. Não me traz alegria a dor e a morte de ninguém.
Pensei no Natal triste da família do menino Mateus, da Maré - morto a um mês atrás - e da menina Larissa, também da Maré, morta essa semana, e de outros tantos meninos e meninas de tantas favelas e alguma vez do asfalto, levados pela insensatez dessas balas "perdidas", que sempre acham os corpos jovens em seu louco percurso.
Pensei na denúncia de que o "Novo DEGASE", que por alguns dias me deixou feliz e certa de que poderia ajudar a melhorar, já matou ou deixou morrer, em dois anos de gestão, cinco meninos que estavam sob a responsabilidade de sua ação dita socioeducativa.
Como é estranho e triste que a desconfiança tenha se apossado de muito de nós, e de muitos de nós, e os encontros entre conhecidos e desconhecidos estejam muitas vezes envenenados pela suspeita e pelo temor. Como é irônico ver as pessoas sem compreender nem se posicionar sobre a realidade violenta que as cerca e as atinge; vê-las dizer, com certa convicção, que "os direitos humanos são para defender criminosos", sem se reconhecer como humanos, defendendo a vingança como política e a morte onde já há mortes demais.
Mas pensei nisso tudo sem me abater, embora com tristeza, por entender que nos posicionar em relação a tais fatos devem ser questões que norteiam nossa vida e nosso trabalho. Sem sentir uma tristeza que arrasa, porque de nada vale nos deixarmos levar pela impotência, pela frustração, pela ira desmedida. Devemos forjar, na luta, novos instrumentos de luta. Devemos nos lembrar de quem somos, honrar nosso passado e construir um futuro coerente com ele.
Chamei a poesia para me consolar e para criar beleza perto de mim e de todos nós e veio o bom e velho Maiakovsky: "Espero, tenho fé que jamais, jamais passarei pela vergonha de me acomodar".
Até porque, amigos, essa vida acomodada não me serviria!!!
Obrigada por sua presença em minha vida esse ano.
Abraços cheios de amor,
Maria Helena Zamora
Chamei a poesia para me consolar e para criar beleza perto de mim e de todos nós e veio o bom e velho Maiakovsky: "Espero, tenho fé que jamais, jamais passarei pela vergonha de me acomodar".
Até porque, amigos, essa vida acomodada não me serviria!!!
Obrigada por sua presença em minha vida esse ano.
Abraços cheios de amor,
Maria Helena Zamora
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(*Maria Helena Zamora é psicóloga, docente da PUC-Rio e pesquisadora sênior do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância, com publicações no Brasil e no exterior sobre temas da infância e adolescência em contextos de pobreza e violência. É coordenadora do livro Para Além das Grades, que "nos revela uma terrível realidade: o tratamento dispensado aos adolescentes pobres em nosso país. Terrível e perversa realidade que vem sendo alimentada pela indissolúvel relação que se constituiu ao longo dos séculos entre pobreza e criminalidade", na descrição de Cecília Coimbra, do GTNM)
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