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10 de jul. de 2011

Perdão, menino Juan!!!

... por este país, onde matar é banalidade


Secretário de segurança diz que caso é vergonhoso e exige transparência

Caso
O secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, disse, na manhã deste domingo, que o caso do menino Juan - morto no mês passado durante uma operação policial na comunidade Danon, em Nova Iguaçu - o envergonha e que, de agora em diante, sua secretaria terá de agir de maneira "exemplar e muito transparente" para punir os responsáveis.

"É triste, e, para mim, particularmente, é até vergonhoso. As polícias Civil e Militar estão fazendo um trabalho inimaginável", disse Beltrame em referência às Unidades de Polícia Pacificadoras (UPP), para completar em seguida. "A mesma instituição policial que faz isso (morte do menino Juan), se for verdade, é a que atua na pacificação. A gente fica triste por existir esses dois lados".

A declaração de Beltrame foi dada em evento preparatório para os Jogos Mundiais Militares, realizado na Praia de Copacabana. O secretário acompanhou a final da Taça Rio - Cidade da Paz, que reuniu equipes de futebol de areia de favelas com UPP. O torneio, realizado na mesma arena onde ocorrerão competições dos Jogos Mundiais Militares, foi vencido pela equipe sub-17 dos morros Babilônia e Chapéu Mangueira.

Dados do GPS da viatura usada pelos PMs suspeitos de matar Juan apontaram que o carro saiu da região onde houve o tiroteio, seguiu para uma rua atrás do 20º BPM (Mesquita), onde os PMs prestavam serviço, voltou à comunidade Danon e depois retornou ao batalhão. O trajeto apontado pelo sistema de localização via satélite foi divulgado pela edição de sábado do Jornal Nacional.

Os erros durante a investigação do desaparecimento do menino Juan serviram pelo menos para que a Polícia Civil reavaliasse a apuração dos autos de resistência — casos em que há mortes durante confrontos com a polícia. Desde sexta-feira, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, determinou que os delegados, antes de lavrarem o auto de resistência, façam perícias e tomem depoimentos para terem certeza de que não se trata de uma execução. Outra novidade é que os policiais envolvidos diretamente no confronto, logo que apresentarem a ocorrência à delegacia, terão sua armas apreendidas para exames de balística.

"O episódio do Juan não pode ser mais um caso que a Polícia Civil atuou. Temos clareza que erramos, tanto que a perita está respondendo por isso, e o delegado foi afastado. Fizemos um estudo de caso, no qual descobrimos onde ficamos vulneráveis. Acho que é este o momento de aprendermos com nossos erros. A Polícia Civil tem um compromisso com a verdade", afirmou Martha Rocha.
Da Agência O Globo

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