Na foto (ao lado) da visita dos vereadores, em dezembro de 2007, à cadeia de Leopoldina, vocês podem ver a ponta do iceberg que é esse circo de horrores, do qual a cidade - se não se importa com a vida dos seres humanos ali dentro - deveria ao menos se envergonhar pelo atraso e incivilidade.
As autoridades, governador e secretário do estado, Presidente e desembargadores do TJMG, o juiz e promotor da comarca, o prefeito e vereadores da cidade, deviam sentir vergonha dessa cadeia. O certo seria compaixão e humanidade, mas como esses sentimentos estão em extinção, apelamos para a vergonha.
Não sei fazer cálculos de construção, mas avalio que construir um ambulatório para atendimento médico e primeiros socorros, uma sala de aula e mais algumas celas para evitar a superlotação na cadeia não ficaria em meio milhão, certo? Bem menos, possivelmente, como sói acontecer com material de segunda e com ajuda da comunidade. Ah, e com a mão de obra dos próprios presos.
Mas, não, um melhoramento de tal magnitude na cadeia está fora de cogitação. Como fazemos com o lixo, basta que a vergonha se mantenha longe e oculta dos "olhos azuis" das nossas autoridades.
No entanto, R$13 milhões para a construção de um novo fórum já estão assegurados, conforme li na edição 129 do jornal GLN de Leopoldina.
Não tirem conclusões precipitadas: não sou contra a construção de um novo Fórum. Reconheço a necessidade de unificar os procedimentos jurídicos num só prédio, que constituiria agilidade e comodidade para operadores e usuários da justiça.
Mas a cadeia é prioridade.
O poeta russo Vladmir Maiakowski (1893-1930), em seu poema "Adolescente", chamou a prisão a que foi recolhido em moscou de "oficina de pompas funebres", numa expressão irônica para dar nome aos cortejos de mortos que via sair na calada da noite, sem que fossem apuradas as responsabilidades.
Temos em Leopoldina uma "oficina de pompas fúnebres".
Vergonha, não temos não!
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