Dormia, a pátria-mãe tão distraída/ sem perceber que era subtraída/ em tenebrosas transações". (CB)
O desembargador-censor, Dácio Vieira, 2 peruas, Sarney, Agaciel Maia e Renan Calheiros, na festa de casamento da filha de Agaciel, em 10 de junho último.
A família Sarney acha mesmo que o Brasil é seu feudo. Acossado por denúncias de todos os lados e a comprovação de desvio de dinheiro de renúncia fiscal de suas fundações, Fundação Sarney e Fundação Mirante, entre outras coisas, e sob investigação da Polícia Federal, o donatário maranhense, Fernando Sarney, entrou na Justiça com um pedido de censura ao jornal O Estado de São Paulo, que vem denunciando a gangue familiar, sem tréguas.
O desembargador Dácio Vieira ( na foto acima, em companhia de Sarney,duas peruas, Renan Calheiros e Agaciel Maia, no dia do casamento da filha de Agaciel, em 10 de junho)) deu OK ao pedido de censura feito por seu amigo Fernando e proibiu que o Estadão publique qualquer coisa sobre as investigações à família Sarney - as gravações proibidas, que já publicamos aqui e estamos reproduzinho, reveladas pelo jornal, comprovam a lambança dos donatários do Maranhão com a coisa pública, incluindo , claro, o chefe da turma - com multa diária de 150 mil reais por reportagem publicada determinada pela decisão truculenta e feita à base do compadrio.
Bom, eu não tenho essa grana toda,não fui proibida de nada e estou reproduzindo os áudios,que o Estadão teve que retirar do seu portal, porque o decidido é inconstitucional, e decretado por amiguinho do rei que agoniza.
Ex-consultor jurídico do Senado, o desembargador Dácio Vieira, como mostra a foto, é do convívio social da família Sarney e do ex-diretor-geral Agaciel Maia. É gravíssima essa ligação espúria entre a Justiça e um grupo evidentemente usurpador do dinheiro público e cheio de teias dentro dos intestinos da política brasileira, pois todos são Sarney.
É uma promiscuidade inaceitável e há que haver alguma punição para o desembargador, que deveria ter se considerado, no mínimo, impedido, por ter laços pessoais e amistosos com o pai do requerente.
O jornal não vai recorrer, claro, pois há liberdade de expressão no país - não estamos na Venezuela que quer votar uma lei que acaba com o direito de expressar o que se acha, na mídia - e lutamos 21 anos para terminar com a censura imposta pelos militares, aos quais José Sarney servia e era servil, para agora, em pleno Estado Democrático de Direito, numa jogada típica dos que não têm nenhuma vergonha, ver proibida a publicação de um assunto , especialmente se ele tem a ver com o desvio do dinheiro público.
Não pode e não deve haver investigações ou processos que corram sob segredo de Justiça, se a matéria prima deles são o interesse e o dinheiro públicos - dois temas que exigem, especialmente, transparência.
Sugiro que os links para os áudios que reproduzimos no fim desta matéria, sejam repassados por todos para as suas listas de email, pedindo que sejam passados adiante. Se os Sarney se sentiram ofendidos pelo jornal, que entrem com uma ação de danos morais, prevista na lei. E a sociedade civil deve fazer o mesmo contra eles.
Censura, não. Nem agora, nem nunca.
Assista ao vídeo:
o Estadão até hoje não entrou com pedido de cassação da liminar que o impede de publicar informações que correm em segredo de justiça nos inquéritos relativos à Operação Boi Barrica. Vem entrevistando meio mundo, na defesa da tese de que a proibição de publicar as tais informações sigilosas fere a Constituição e a liberdade de imprensa, escreve editoriais e ataca o presidente Sarney, responsabilizando-o pela dita censura. Conversa fiada! Já poderia - se fosse realmente inconstitucional a decisão do juiz - ter cassado a liminar. Não o faz porque investe no marketing de jornal censurado, de forma a dar seguimento à estratégia de reposicionar o jornal como veículo investigativo e aumentar a vendagem, não o faz porque a artilharia contra Sarney ajuda seu aliado José Serra. Em lugar de contestar a liminar, o que obrigaria uma manifestação imediata da Justiça, prefere questionar a suspeição do desembargador que tomou a decisão há dez dias! Há ainda um prazo de dez dias para que o Conselho Nacional de Justiça se posicione e, enquanto isso, tome entrevistas dizendo que o jornal está sob censura.
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