Parece até que Ana Miranda escreveu a sua crônica "Os pouco felizes" para os adeptos do Movimento "Cansei"...
Nós, seres humanos que vivemos em casas ou apartamentos, e não em acampamentos nem nos viadutos, nem nas favelas ou nos hospícios,
nós que vivemos em residências de cujas janelas podemos ver a cidade em seus ofícios e vícios, ou a paisagem do campo e suas luzes,
nós que temos a indústria e o comércio, e conta nos bancos,
nós que somos brancos, universitários,
nós que temos médicos e anestesia, hospitais e poesia,
nós que podemos viajar, olhar vitrines e comprar,
nós que sabemos ler e lemos livros, temos fogões em nossas casas, temos camas,
nós que temos filhos com todos os dentes, escola, agasalho e nem vivemos em Cuba,
nós que temos alvará de soltura,
nós que temos carro ou sapato sem furo,
nós que assinamos revistas e jornais, temos casa de campo, mesmo que seja a de um amigo onde há cavalos e pirilampos,
nós que jantamos à luz de velas, tomamos vinho e meio embriagados lemos poesias para as belas mulheres, ou para o ser que amamos, e amamos vários,
nós que somos amados, que vamos à praia ou não vamos mas esperamos a praia vir a nós,
nós que vestimos roupas e usamos um antigo anel de família, que tomamos cerveja, que acordamos tarde e não andamos de trem, que temos salário, ou renda fixa, emprego, família, paixão,
nós que temos corpo e estamos vivos, temos amigos, temos trabalho, fazemos exercícios, somos hedonistas,
nós que fazemos cinema, que sentimos o perfume e temos sonhos,
nós que gostamos de lareira e frio, sorvete e calor, o limpo e o macio, que sonhamos navegar tornando o mundo pequeno,
nós que usamos biquínis e tangas,
nós que desfilamos nossos seios nus nas escolas de samba,
nós que não somos da ralé nem da choldra, nem da rafaméia nem do lúmpen nem da miséria, que especulamos e ganhamos,
nós que temos raízes, diretrizes, teatro, damas atrizes, jogadores, senadoras,
ai de nós, perdoai-nos, somos os poucos felizes.
nós que vivemos em residências de cujas janelas podemos ver a cidade em seus ofícios e vícios, ou a paisagem do campo e suas luzes,
nós que temos a indústria e o comércio, e conta nos bancos,
nós que somos brancos, universitários,
nós que temos médicos e anestesia, hospitais e poesia,
nós que podemos viajar, olhar vitrines e comprar,
nós que sabemos ler e lemos livros, temos fogões em nossas casas, temos camas,
nós que temos filhos com todos os dentes, escola, agasalho e nem vivemos em Cuba,
nós que temos alvará de soltura,
nós que temos carro ou sapato sem furo,
nós que assinamos revistas e jornais, temos casa de campo, mesmo que seja a de um amigo onde há cavalos e pirilampos,
nós que jantamos à luz de velas, tomamos vinho e meio embriagados lemos poesias para as belas mulheres, ou para o ser que amamos, e amamos vários,
nós que somos amados, que vamos à praia ou não vamos mas esperamos a praia vir a nós,
nós que vestimos roupas e usamos um antigo anel de família, que tomamos cerveja, que acordamos tarde e não andamos de trem, que temos salário, ou renda fixa, emprego, família, paixão,
nós que temos corpo e estamos vivos, temos amigos, temos trabalho, fazemos exercícios, somos hedonistas,
nós que fazemos cinema, que sentimos o perfume e temos sonhos,
nós que gostamos de lareira e frio, sorvete e calor, o limpo e o macio, que sonhamos navegar tornando o mundo pequeno,
nós que usamos biquínis e tangas,
nós que desfilamos nossos seios nus nas escolas de samba,
nós que não somos da ralé nem da choldra, nem da rafaméia nem do lúmpen nem da miséria, que especulamos e ganhamos,
nós que temos raízes, diretrizes, teatro, damas atrizes, jogadores, senadoras,
ai de nós, perdoai-nos, somos os poucos felizes.
Nota:Fragmento do texto
A esta altura dos acontecimentos nem sei mais quem somos nós, quem são eles(as), ou o que pode servir de parâmetro para a felicidade.
ResponderExcluirCadiho RoCo
Felicidade é relativa.
ResponderExcluirNeste Mundo de Provas e Espiações, de tudo iremos encontrar, até a "pseuda felicidade" que muitos acreditam ter!
Uns nascem em famílias ricas, têm de tudo e não conseguem estes aproveitamentos, estas oportunidades que lhes foram admitidas por Deus.
Haja vista, as enormes atrocidadedes que observamos na mídia e em todos os meios de comunicações.
Conseguem até "matar" os próprios pais aqueles que lhes deram a vida!
Abandonam quando chegam a uma certa idade e acham que somente servem para atrapalhar!
Outros até ficam com eles, pois, eles por terem uma boa aposentadoria, se aproveitam para poderem usufluir o que eles próprios não conseguiram ao longo da vida.
O que é Felicidade?
Ter dinheiro, carros, apartamentos, uma bela casa de campo, poder passear quando e onde quiser, ver seus filhos em uma ótima escola onde podem pagar altas mensalidades, ser casado ou casada com uma pessoa linda e "pseuda maravilhosa", ter filhos com saúde, etc;
E do outro lado, o que temos e o que vemos?
Pessoas iguais a nós, sem nada, jogadas à rua, residindo em morros e favelas, abaixo de viadutos, pedindo esmolas, sem nada terem, não têm um plano de saúde, Hospitais do Governo mal administrados, alíás tudo mal administrado!
Isso é ter ou ver Felicidade?
Ver ou deparar-se com um assaltante, aquele que por algum motivo foi levado a este estado de ser assaltante?
Isto é felicidade?
Ver um Avião, não conseguir, parar na pista, atravessar uma Avenida e chocar-se com o prédio da prória Cia, matando seus tripulantes e o restante dos passageiros quase ou mais de 200 mortos!
Isto é Felicidade?
E os responsáveis, quem são? Será que irão responder pelo crime cometido do desleixo para que a tragédia viesse acontecer?
E o Outro acidente a quase um ano?
Também, na Aviação que morreram 199 pessoas, já chegaram a uma conclusão?
O Caso do "Carandirú" chegaram aos responsáveis? Aliás o que foi considerado na época responsável, e depois absolvido, conseguiu ser Deputado! Depois apareceu morto em seu belo apartamento!
Isso é Felicidade?
Tudo é relativo, em conformidade com a compreensão de cada um...
Como está o caso do Deputado que em 1998 deixou no Rio de Janeiro dasabar um prédio que matou diversas pessoas e muitos ficaram sem ter onde morar?
Felicidade existe? Sim ela existe!
Não neste Mundo, aqui é apenas, uma passagem, para podermos evoluir, aprender, contatar com todos estes acontecimentos, até que possamos chegar ao Estado de Perfeição! Iato após refletir e deixarmos nossos orgulhos de lado:
Mas, para que isto aconteça, levaremos anos e anos, talvez milênios para chegarmos a este Estado de Evolução!
Leia Kardec ( O Livro dos Espíritos) alí está a chave da Salvação, alí está o "Consolador Prometido) por Jesus!
Augusto Rezende.
rezendeaugusto@hotmail.com
Oi Glória,
ResponderExcluirBelo trabalho, o seu. Se existem pessoas como você, que se dedicam aos rejeitados, entre todos os rejeitados, ainda há salvação.
Quanto à poesia, maravilhosa! Resume o que sentimos: se temos, queremos que todos também, não dá para ser feliz em meio a multidão dos que nada tem: impossível acreditar que tudo seja uma questão de empenho pessoal é que é suficiente querer para vencer os obstáculos colocados pelo modelo injusto que temos.
Mas, lamentavelmente, muitos preferem se abrigar nessa "convicção" para que nada perturbe sua falsa sensação de felicidade. As pessoas que, cinicamente, se empoleiram no Poder para roubar, certamente agradecem aos que culpam os pobres por serem pobres.
Nós e eles somos um só.
ResponderExcluirA ignorância desta verdade simples
ainda vai gerar muito sofrimento para nós,e, principalmente para eles.
Não há "nós" e "eles", há o povo. Todo povo tem diferenças sociais e luta contra elas.
ResponderExcluirE é esse separatismo que está causando todo esse movimento contrário ao governo, como o "Cansei".
A elite e boa parte da classe média estão desejosas desse separatismo, como parte de campanha contra o governo Lula.
Não percebem que todos nós juntos é que formamos o país. Todos juntos elegemos e impedimos o governo. Infelizmente a mídia - dominada por reacionários - só mostra fatos em sua casca, não mostra o âmago, a essência.
Não há "nós" e "eles". Mas isso é o que essa banda que perdeu o poder quer que pensemos.
Que consigamos abrir bem os olhos...