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1 de ago. de 2007

O chicote e o cacetete


Assistam ao vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=UMNTI_9fRl8

E depois relembrem os versos de Castro Alves, cujo espectro do "Navio negreiro" continua a nos assombrar. O cacetete substituiu o chicote, o mar é a vala comum dos cemitérios, o capitão são nossos governantes que treinam sua polícia para matar, e nós "um povo que a bandeira empresta p'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!..."

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?

...o capitão manda a manobra,
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E o poeta foi profético nos versos de outro poema, "Prometeu":

Povo ! Povo infeliz ! Povo, mártir eterno,
Tu és do cativeiro o Prometeu moderno...

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