Do mutirão Carcerário da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais
A situação em nosso xadrez não é tão diferente da apocalíptica situação da maioria das prisões brasileiras, celas para comportar (não digo, conviver) seis presos estão 14, 17, 22, 26 prisioneiros sob condições desumanas e degradantes.
De tão cheio é absurdo. O artigo 5º da Constituição da República em seus incisos III, XLV; XLVIII:XLVI letra “e”; LVII estão todos presos conosco.
Isso mesmo: várias normas constitucionais estão aqui presas, definitivamente.
Também se assemelha à verdade carcerária nacional a questão de vários desses detentos poderem estar respondendo por seus crimes em liberdade, como já acontece com os acusados e réus ricos e apadrinhados (Paulo Maluf, Celso Pitta, Daniel Dantas, Guilherme Karam, Pimenta Neves, Nicolau, Bida, Alberto Bejani, muitos policiais, etc.) outros condenados com estágio de cumprimento para estarem livres. Devido à morosidade do judiciário, pessoas se transformam em pessoas piores aqui.
Um dia ouvi de um notável professor de direito que se a tendência do direito de nossa época pudesse ser resumida em uma só palavra, seria resumido em SOLIDADRIEDADE.
Chega de respondermos por nossos atos debaixo de circunstâncias bestializantes.
O crime que o estado, na figura do Juiz, perpetua ao nos deixar sob essas condições é muito mais grave que o ilícito do qual nos acusam ou condenam.
Somos excessivamente castigados. Quem pagará pelos danos morais, físicos e psicológicos infligidos a nós? Seguidos eternos e irreparáveis.
O presidente da República do Brasil, comentando o caso dos assassinatos praticados por integrantes do MST em Pernambuco, disse: “Todos nós pagamos o preço quando cometemos alguma ilegalidade” (Revista Veja – edição 2103, nº 10, de 11 de Março de 2009).
O presidente do CNJ, Ministro Gilmar Mendes, também presidente do STF, disse sobre o sistema prisional: “realidade delicada e que muitas vezes nos causa constrangimento”.
O ministro pediu basta ao discurso “escapista” de que a responsabilidade dos problemas carcerários é da administração do sistema.
Quantas vezes ouvimos de Juízes e Promotores sobre nossas condições a seguinte frase: “Isso ai é problema do governo”.
Porém, o ministro Gilmar Mendes disse: “Somos nós juizes que decidimos se o preso fica preso ou não”. Gilmar Mendes assume a responsabilidade.
E aí, Ministro Gilmar? E aí, Presidente da República? Quem pagará a conta dessa fatura?
E aí, deputados mineiros? São palavras ao vento?
Nosso sistema carcerário é um excremento!
Digníssimos Senhores Deputados, todas excelências de boa vontade e do bem, venham ver-nos viver na pocilga.
Intimamos os senhores, evitem a tragédia de Ponte Nova.
CADEIA PÚBLICA
DE LEOPOLDINA
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Quantas vezes ouvimos de Juizes e Promotores sobre nossas condições a seguinte frase: “Isso ai é problema do governo”.
Cada um joga a respónsabilidade para outro. e isso é o braziu.
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