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31 de mai. de 2009

Às autoridades de Cataguases

Solicitamos melhoria na ALIMENTAÇÃO
“O arroz estava azedo que não se podia comer. Foi tudo jogado fora e dormimos com fome a espera do café do dia seguinte.”
Venho através desse jornal reclamar uma situação que tem ocorrido há tempos na Cadeia Pública de Cataguases.
Temos ciência do crime que cometemos e sabemos que temos que pagar por ele. Mas o pior dos crimes é tratar um ser humano como bicho selvagem, sendo que somos iguais a todos.
Primeiro, nós, detentos, perdemos o direito de ir e vir, mas não perdemos o direito de sermos tratados como seres humanos e a dignidade de nos alimentarmos como se deve, com higiene.
O que tem acontecido é uma grande falta de respeito para conosco, que dependemos do alimento que recebemos aqui, a famosa “Dalva”. Quando a marmita chega até nossas mãos está fedendo a barata, quando abrimos é totalmente reprovável, geralmente contém três peixinhos de dois centímetros que até parecem ser de aquário, cenoura ralada crua, arroz duro, feijão seco e duro, e, às vezes, vem acompanhada de uma vitamina especial “um cabelo”.
Às vezes, acontece como no dia 170409, todos estavam com fome e ansiosos esperando a comida, mas, na hora que ela chegou e abrimos para comer, o arroz estava azedo que não se podia comer. Foi tudo jogado fora e dormimos com fome a espera do café do dia seguinte.
Estamos presos e dependemos desse alimento para sobreviver. Perdemos a liberdade; não a dignidade. Aqui dentro não está uma criação de porcos que come comida azeda.
Aqui estão seres humanos que cometeram erros, mas que apesar desses erros continuam sendo iguais a todos. Todo mundo erra e nem por isso tem que ser tratado como porco, humilhado e sem moral. Jesus mesmo disse: “Aquele que não tem pecado, que atire a primeira pedra”.
Não é com brutalidade e humilhação que se faz uma pessoa se regenerar.
Portanto, por favor, senhores autoridades de Cataguases,
este é o pedido de um ser humano como os senhores, que tem fome, sede, sente dor, medo, saudade, ou seja, um ser humano que sente tudo o que outro ser humano sente.
Por favor, vamos tentar melhorar a questão da alimentação dos detentos da cadeia pública de Cataguases. Somos pessoas e não animais, precisamos nos alimentar normal. Não queremos luxo, mas uma comida digna de um ser humano comer. Isso é pedir muito?
Muito obrigado pelo espaço no Jornal Recomeço e pela atenção dos leitores
Da cadeia pública de Cataguases

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