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13 de jul. de 2008

Apelo de uma presa grávida

"Estou presa há quase quatro meses, sem resposta nenhuma da justiça"
Jovem grávida, com uma filha de seis anos, presa por furto há quatro meses, faz um apelo (com o coração cheio de esperança) à justiça
APELO
Elisandra Silva dos Santos
(24 anos)
Venho através do jornal Recomeço fazer um apelo. Eu me encontro presa em Leopoldina, grávida de cinco meses, às vezes sem recurso nenhum, pois muitas vezes não tem escolta policial para me levar ao médico.
Me encontro presa no artigo 155 do código penal, cometi um furto e estou presa há quase quatro meses, sem resposta nenhuma da justiça.
Venho através do jornal Recomeço pedir à sociedade uma segunda oportunidade, pois resido em Juiz de Fora e estou sem amparo nenhum neste lugar, passando por muitos momentos ruins.
Sei que errei, mas peço ao Senhor Meritíssimo Juiz que me conceda uma nova chance para eu cuidar de minha filha que tem seis anos e da minha gravidez.
Vou terminando com o coração cheio de esperança, aguardo uma resposta da Justiça.
Que Deus abençoe a todos.

Moção de Repúdio à prisão de mulheres
A população carcerária feminina cresce a cada ano. Fruto do envolvimento com o tráfico de drogas e prática de furtos. As mulheres não trocam tiros nem participam da produção das drogas. Mas, mesmo com um papel secundário no crime, acabam recebendo penas pesadas, já que no caso de tráfico a legislação não faz diferença entre o produtor ou o transportador.
A mulher presa significa filhos discriminados e em situação de abandono. É abominável que a justiça mantenha mulheres presas por delitos que poderiam receber outra penalidade que não a tirasse da família e dos filhos.
Ainda mais quando a mulher está grávida. Onde está todo esse movimento em defesa do feto, contra a descriminalizão do aborto, contra as pesquisas com o uso de fetos humanos? Há um feto dentro da cadeia de Leopoldina, e o que é feito em defesa de sua mãe que não abortou?
Lembro aos leitores que mulheres em cadeias ficam numa cela como animais (força de expressão, porque sabemos que animais são bem tratados...). Não é como em presídios em que ainda saem das celas, há atividades, tomam sol diariamente, têm acesso a atendimento médico e outros.
Esta mulher está dentro de uma jaula gestando uma criança. Onde estão os defensores dos fetos, que convencem as mulheres a não abortar? Param por aí?

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