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31 de jul. de 2008

Notícia do genocídio

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, declarou na noite desta terça-feira que criminosos do Rio trazem "do ventre da sua mãe" a cultura da violência
Ele participou de um debate sobre segurança pública no auditório do jornal "Extra", no centro do Rio.
Ao ser instigado pela reação de sua declaração, que a participantes do debate consideraram "forte", Beltrame reafirmou a declaração mas disse ter sido mal interpretado. "O que é forte é uma mãe transitar com seu filho na rua e ter que passar por pessoas com granadas e fuzis. Durante décadas, o Rio de Janeiro foi criado com isso. Foi isso que quis dizer".
Durante o debate, Beltrame anunciou ainda que, até agosto, a secretaria começará a distribuir carabinas aos policiais no policiamento ostensivo, para substituir o uso de fuzis.
"[O Rio vive] uma cultura [da violência] que o marginal traz do ventre da sua mãe", declarou o secretário, após chamar a atenção para as especificidades dos criminosos do Rio, ao responder uma comparação entre índices de criminalidade no Rio e em São Paulo.
"Eu morei em São Paulo e vi de fato os investimentos em segurança pública, e hoje vemos os resultados. Mas São Paulo não é o Rio, assim como Bogotá também não é o Rio. São Paulo não tem o fenômeno das facções criminosas do Rio, que tem três delas e mais a milícia. São Paulo também não tem a geografia e o caldo cultural do Rio", disse o secretário.
A socióloga Julita Lemgruber, diretora do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes), que também participou do debate, apresentou levantamento feito pela instituição que mostram que os casos de homicídios dolosos do Rio (32,8 por 100 mil habitantes) em 2007 foram quatro vezes maiores que os de São Paulo (11,7 por 100 mil habitantes).
"E São Paulo tem mais que o dobro da população do Rio e o dobro de policiais", disse a pesquisadora, que ressaltou ainda o aumento do número de pessoas mortas pela polícia --os chamados autos de resistência.
Este tipo de ocorrência cresceu de 250 casos no ano 2000 para 1.593 em 2007, segundo pesquisa do Cesec com base em dados da Secretaria de Segurança do Rio. Na semana passada, a secretaria divulgou dados que mostravam que, só este ano, 649 pessoas foram mortas em confrontos com a polícia do Rio.
"Nos Estados Unidos, que são conhecidos por uma polícia que não costuma respeitar os direitos humanos, a média é de 300 casos por ano no país todo", afirmou Lemgruber.
Embora reconheça o aumento crescente desse delito, o secretário de Segurança anunciou que, nos próximos meses, haverá tendência de queda nos casos de autos de resistência.
"Há uma série de medidas. Grupamentos que ficam mais próximos de locais de confronto estão se distanciando mais, estamos adotando treinamento constante e há preleções diárias nos batalhões. Há comandantes que vão em todas as trocas de turno para falar com os policiais", disse Beltrame.
LUISA BELCHIORColaboração para a Folha Online, no Rio

Um comentário:

  1. Anônimo1/8/08

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