Polícia metralha carro com família dentro. A mãe implora por piedade para salvar o filho, mas 15 tiros atingem o carro, matando o menino.
Venho há anos lutando contra a violência do estado, em todas as suas instituições, violência esta mais letal, óbvio, quando se trata da polícia. Ela tem matado à vontade, a mando de seus comandantes e governadores que, nessa hora, vão à imprensa "pedir desculpas". Eu tenho nojo dessa desculpa que vem depois de algum dos milhares de assassinados pela polícia neste país.
Lembram-se quando aquele comandante da polícia do Rio declarou cinicamente na imprensa que eles eram os melhores inseticidas contra a dengue, ou seja que matam pessoas como matam mosquitos? Foi a este ponto que chegamos. E a sociedade aplaude. Postei aqui no blog a declaração do fascínora e não houve um comentário de protesto.
Mas se você, leitor, entrar num blog sobre política(cagem), futebol, mulher pelada, falar do Bush, campanha contra o cigarro, defesa da Amazônia, pregação a favor da menoridade penal, etc, vai deparar com até dezenas de mensagens enfáticas sobre essas bestagens todas. (Incluo aí a defesa da Amazônia, porque todo mundo quer preservar a floresta lá longe, mas não cuidam de uma árvore na sua cidade).
Nossas cidades viraram um filme de faroeste. É claro que a polícia adora sair atirando. Primeiro que já é da sua formação, segundo que agrada à sociedade que lê jornais e tem acesso á internet (porque julgam que eles só vão matar pobres e negros) e terceiro que não são responsabilizados, nem julgados. Se, por um acaso do destino, forem levados aos tribunais viciados do país é só declarar que foi uma "troca de tiros com marginais". Pronto: estão absolvidos. No máximo são afastados da corporação para continuar cometendo os crimes que aprenderam com orientação do estado.
Leia mais
São assassinos, isso não é polícia
Entrevista com o secretário de segurança do Rio (vídeo)
É hora, mais uma vez, de lembrar o aviso de Brecht:
É PRECISO AGIR
Bertold Brecht (1898-1956)Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista
Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Rogério Marques
ResponderExcluirO texto acima não é de Bertold Brecht e sim de Dietrich Bonhoeffer, que morreu dias antes de terminar a Segunda Guerra, se fosse Brecht ele teria morrido, pois os que foram levados foram mortos: judeus, comunistas e Brecht morreu em 56, a guerra terminou 10 anos antes
Rogério, que eu saiba Dietrich Bonhoeffer escreveu sobre temas religiosos e filosóficos e não o estilo desse texto que é a cara do Brecht. Quanto à temática, não tem nada a ver o fato de Brecht ter escapado dos nazistas. Ele fugiu da Alemanha na época e não escrevia por ele mas pelos que foram levados, como ele diz no texto.
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