Hegel definiu a História como um "imenso matadouro". E Norberto Bobbio: " Grande parte da história humana é uma história de lutas fratricidas".
Moradores arrastam corpo em lençóis
Secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame diz simplesmente que não pode “fazer um bolo sem quebrar os ovos”. É cúmulo da desvalorização da vida humana.
“Teve um rapaz que foi abordado pela polícia e saiu correndo no Cruzeiro. A polícia gritou pára, pára, pára. Ele não parou e a polícia atirou. Quando chegaram para ver o morto, ele estava com um crachá de uma associação de surdo e mudo.”
Secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame diz simplesmente que não pode “fazer um bolo sem quebrar os ovos”. É cúmulo da desvalorização da vida humana.
“Teve um rapaz que foi abordado pela polícia e saiu correndo no Cruzeiro. A polícia gritou pára, pára, pára. Ele não parou e a polícia atirou. Quando chegaram para ver o morto, ele estava com um crachá de uma associação de surdo e mudo.”
A denúncia de que a megaoperação no Alemão não deixou apenas traficantes mortos e vítimas civis baleadas foi feita pela comunidade ao fotógrafo Sidraque Santos, ontem.Ele acordou cedo e saiu para buscar um grupo de moradores do Alemão com quem faz um trabalho comunitário. Às 10 horas, foi impedido de entrar no complexo pelos policiais. Conseguiu chegar em casa somente depois das 18 horas. Conversou com vizinhos e ouviu histórias terríveis. Hoje, tentará levantar quantas pessoas da comunidade morreram.A afirmação do governo de que entre as vítimas não há inocentes causou revolta na população local.
Por volta das 16h30, três blindados da PM desceram com os primeiros corpos da Grota. Familiares e vizinhos de Bruno de Paula, de 20 anos, arrastaram o corpo dele envolvido em lençóis pela Rua Joaquim Queiróz até a entrada da favela, na Avenida Itararé. Eles iniciaram um protesto contra a operação policial. A manifestação foi reprimida minutos depois, quando agentes de segurança lançaram gás pimenta no grupo.
“Esse rapaz não era bandido”, afirmou uma mulher que pediu para não ser identificada. Policiais civis levaram o corpo para o Instituto Médico Legal (IML). À noite, a Secretaria de Segurança Pública divulgou a informação de que Bruno era traficante e teria morrido em confronto com policiais durante a megaoperação.
Maria de Lourdes Alves, de 50 anos, também afirmou que policiais estavam sendo violentos com moradores no interior da favela. “A gente sai de casa e não sabe se volta com vida. Estou sem almoço porque, depois do que vi de manhã quando saí de casa, não tenho coragem de entrar na Grota até a polícia sair”, disse.
Outro morador disse que prestaria queixa contra policiais pelo desaparecimento de R$ 2,5 mil de sua casa. “Será que não podemos confiar em quem deveria nos socorrer?”, questionou, antes de ser retirado por policiais. Também à tarde, uma mulher foi ferida por uma bala perdida na Rua Paranhos, um dos acessos ao Alemão.
Novas ações- Não há previsão para o fim da ocupação no Alemão. “Temos que optar e seguir em frente.” Para o secretário, os confrontos são inevitáveis por causa da capacidade bélica dos traficantes. Ele já chegou a dizer que não pode “fazer um bolo sem quebrar os ovos”. Ontem repetiu: “A ação da polícia não é violenta.”
Meu protesto no BLOG DA GLÓRIA
Estimo como muito importante a idéia de um recomeço pela consciência.
ResponderExcluirTratei deste assunto em meu blog e convido vc e seus leitores para conhecê-lo.
http://atabaqueblog.blogspot.com/
Atabaqueblog
Abçs.
jr
Josalm, indiquei acima sua excelente matéria. Precisamos reagir contra este genocídio. No seu blog não foi possível deixar comentário, há um aviso de que está desativado. Abraços.
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