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13 de jun. de 2007

Isso, sim, é violência!


Energia: novo abuso

A ANEEL autorizou mais um aumento na tarifa da Companhia Força e Luz Cataguazes Leopoldina, para iniciar na próxima segunda-feira. E os pobres, como sempre, os mais prejudicados: os consumidores residenciais têm aumento maior do que para as indústrias.

Já noticiei aqui neste espaço que as concessionárias de energia mineiras são a segunda tarifa mais cara do país. Como admitir que ainda haja mais aumento? O que a ANEEL e o governador de Minas Gerais querem? Que os pobres vivam no escuro? E sem acesso ao mínimo de eletrodomésticos como um chuveiro, uma televisão? Que fazem esses deputados que tanto correm atrás dos pobres para se elegerem? Será que nem um protesto tímido para enfrentar as concessionárias?

Isso, sim, merecia aquele protesto que fizeram quando o Bush veio ao Brasil, que levou milhares de brasileiros às ruas. Mas, como sabemos, protestar contra tarifa de energia não é nada chique, é coisa de pobre. Classe média para cima não se ressente de pagar mais alguns reais, que significam no conjunto, milhões para as companhias, que deitam e rolam.
LUZ PARA TODOS???
Eu protesto, e grito o mais que posso, porque deparo com famílias cheias de crianças sem ter como pagar a conta de luz. Na periferia, está todo mundo desempregado, não há dinheiro para luz, água, gás e alimentação. Vivemos rodeados de miséria e ela bate em nossa porta em forma de violência. Aí, fazem passeata, vestem-se de branco, plantam cruzes e flores na praia, fazem declarações hipócritas e piegas na imprensa: "não temos segurança" e mais aquele chavão: "enquanto os bandidos estão livres, estamos presos em nossas casas".

Pois saiam de suas casas, se querem diminuir a violência, toquem nas causas, usem o dinheiro das cruzes, das flores, das roupas brancas para amenizar a fome. Protestem contra a exploração das tarifas de luz e água. Do telefone, não precisa, telefone é opcional, não pode pagar, corta, não mata ninguém.

Mas a fome mata, e leva ao desespero, e à violência. A fome de comida, de educação, de oportunidade, de emprego, de dignidade, de cidadania, de auto-estima, leva o nosso povo à degradação do ser humano. Ele perde a sua condição humana e passa a agir como um animal irracional, movido pelo sofrimento de suas carências vitais.

Vejo meus pares de classe, gastarem fortunas com decoração de casa, carros, festas, viagens, roupas de marcas para os filhos, mas quando pedimos uma mísera ajuda para a Casa Lar, que abriga "menores" no abandono, para os projetos com crianças e famílias na periferia, para doação de alimentos a famílias com nada dentro de casa, ouve-se apenas o silêncio do egoísmo e da indiferença.
Como disse alguém: "Mineiro só é solidário no câncer".

E a ANEEL, que deveria defender os interesses do povo, é altamente solidária com as "pobres concessionárias" de energia, cujos donos, presidentes e acionistas vivem no luxo e na riqueza à custa da miséria do povo.

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