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24 de jul. de 2007

Maiakowski

Por um "raiozinho de sol"
Diante da cruel realidade das prisões brasileiras, nas quais ainda é rotina manter os presos nas celas, sem ao menos o banho de sol diário (conforme reza a Lei de Execução Penal), lembro-me do poema de Vladmir Maiakowski, em que ele descreve a importância de um "raiozinho de sol" durante o tempo em que esteve preso na prisão "Oficina de pompas fúnebres". Era como chamavam a prisão pela quantidade de mortos que produzia quase que diariamente.

Eu, no entanto,
Por um raiozinho de sol amarelo
Dançando em minha parede
Teria dado o mundo todo.
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Poema completo

ADOLESCENTE
Vladmir Maiakowski(1893-1930)

A juventude tem mil ocupações.
Estudamos gramática até ficar zonzos,
A mimMe expulsaram do quinto ano
E fui entupir os cárceres de Moscou.
Em nosso pequeno mundo caseiro
Brotam pelos divãs
Poetas de melenas fartas.
Que esperar desses líricos bichanos?
Eu, no entanto,
Aprendi a amar no cárcere.
Que vale comparado com isto
A tristeza do bosque de Boulogne?
Que valem comparados com isto
Suspiros ante a paisagem do mar?
Eu, pois, me enamorei da janelinha da cela 103
Da "oficina de pompas fúnebres".
Há gente que vê o sol todos os dias
E se enche de presunção.
"Não valem muito esses raiozinhos"dizem.
Eu, no entanto,
Por um raiozinho de sol amarelo
Dançando em minha parede
Teria dado o mundo todo.

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