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28 de out. de 2008

Texto de um detento

Silvio Elias da Silva
A natureza indefesa
Por que chora?
Choro por mim, por você, por tudo.
Choro pela natureza destruída pelo homem, choro pelas árvores indefesas que não podem correr e se defender quando lá vem o homem com suas motos-serra para pôr fim àquela linda árvore indefesa.
Choro pelos pássaros que vivem presos em armadilhas e em gaiolas sem direito a liberdade e condenados até a morte.
Choro pelos animais que são enjaulados em circos, sendo maltratados e obrigados a dar lucros aos donos, e depois são abandonados na velhice porque não servem para mais nada.
Choro também pelos rios que secam, pelos peixes mortos, envenenados por produtos tóxicos colocados pela mão do homem.
Choro por tudo e por todos que são manipulados e dominados pelo homem.
Não choro pela chuva que cai sobre a terra e nem pelo sol que anuncia o dia, nem pela lua de noites clara, nem pelo vento que sopra forte, por que estes não são dominados pelo homem.
O homem não pode dominar e nem impedir o vento de soprar, a chuva de cair e nem apagar o brilho do sol e da lua.
Eu choro por todos, por tudo, mas não choro por homens sem consciência e sem piedade.
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Esclarecimento
Silvio Elias é detento da cadeia de Cataguases. Escreve em todas as edições do jornal Recomeço. Este texto está na edição 148, de outubro, no site do jornal Recomeço impresso.

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