Todos conhecem a história do oficial alemão que, diante de uma fotografia reproduzindo o painel Guernica, perguntou a Picasso se havia sido ele quem tinha feito aquilo e o pintor teria respondido: "Não, foram vocês!".
O mesmo deveria fazer Latuff quando inquirido sobre sua charge acima. Deveria responder ao governador Sérgio Cabral: "Não, foi você".
Disse Latuff em entrevista ao Portal Imprensa, na época da primeira perseguição ao seu trabalho de ilustrações que faziam referência ao Pan, em 2007:
"O artista não pode ser insensível ao sofrimento dos que o rodeiam, especialmente quando esse sofrimento é causado pela corrupção, pela violência do estado, pelo capitalismo, pela covardia. Não dá pra ficar desenhando coisinhas engraçadinhas e ignorar que num shopping da zona sul você encontra um lustre de 15 mil reais enquanto na entrada meninos cheiram cola. Não vim pra agradar, pra ter amiguinhos cartunistas, pra trocar sorrisos com jornalistas do "mainstream", pra buscar em entrevistas os famigerados 15 minutos de fama. Vim pra mexer, pra revirar a lama que ninguém quer tocar."
Referindo-se às perseguições sofridas em função de suas charges que denunciam o genocídio nos morros e periferias do Rio: "Creio que incidentes como esse demonstram claramente a falácia da "liberdade de expressão", da tal "democracia" que mais parece o Monstro do Lago Ness, que dizem que existe mas eu particularmente nunca vi".
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